Legislatura histórica, diz Ferro Rodrigues
Uma “legislatura histórica” que fechou os olhos a um escândalo de nepotismo, com a nomeação mais de meia centena de filhos e filhos, maridos e mulheres, tios e sobrinhos

Autor: MTV Redação | 25 de Setembro de 2019
Carta aberta de um cidadão ao Presidente da Assembleia da
República, Ferro Rodrigues, cujo teor publicamos na integra:
Carta aberta a um cúmplice
Caro Eduardo Ferro Rodrigues. Recentemente afirmou numa
entrevista que os últimos quatro anos foram uma “legislatura histórica” para a
democracia e para Portugal.
A verdade é que concordo. Uma “legislatura histórica” onde
quase todos os partidos aprovaram pela calada uma vergonhosa Lei de
Financiamento de Partidos. Lei que terminava com os limites de donativos e
devolveria na totalidade o IVA para todas as despesas partidárias.
Uma “legislatura histórica” onde mais de metade dos 230
deputados apresentaram declarações falsas de residência para poderem duplicar
os salários em milhares de euros com ajudas de custos pagas pelos portugueses.
Uma “legislatura histórica” onde o presidente da Assembleia
da República, o senhor, teve o desplante de normalizar o abuso dos subsídios de
deslocação de alguns deputados e permitir, como nunca antes visto, um processo
de falsificação de presenças de vários deputados eleitos.
Uma “legislatura histórica” que fechou os olhos a um
escândalo de nepotismo no governo, com a nomeação mais de meia centena de
filhos e filhos, maridos e mulheres, tios e sobrinhos, para o cargos
ministeriais ou de gabinete.
Uma “legislatura histórica” que falhou na fiscalização e
permitiu os desvio de milhões de euros de fundos destinados a vítimas dos
incêndios.
Uma “legislatura histórica” onde por várias vezes, grandes
empresários e ex-banqueiros foram para as comissões de inquérito rir-se na cara
dos portugueses e evocar falta de memória pelos crimes e abusos que cometeram.
Os últimos quatro anos foram uma legislatura histórica, da qual
foi cúmplice na totalidade.
Histórica porque nunca antes o sentimento de impunidade e
completo desprezo pelos portugueses esteve tão presente.
Histórica porque falamos mais sobre os políticos, sonhos
molhados de maiorias absolutas e lutas internas, do que sobre os eleitores e os
seus problemas.
Histórica porque normalizou a podridão de um sistema que se
serve apenas a si próprio, na ilusão de que ninguém está a ver.
Esta é a vossa história. Deviam ter vergonha.
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Uma “legislatura histórica” onde o presidente da Assembleia da República, o senhor, teve o desplante de normalizar o abuso dos subsídios de deslocação de alguns deputados e permitir, como nunca antes visto, um processo de falsificação de presenças de vários deputados eleitos.
Uma “legislatura histórica” que fechou os olhos a um escândalo de nepotismo no governo, com a nomeação mais de meia centena de filhos e filhos, maridos e mulheres, tios e sobrinhos, para o cargos ministeriais ou de gabinete.
Uma “legislatura histórica” que falhou na fiscalização e permitiu os desvio de milhões de euros de fundos destinados a vítimas dos incêndios.
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Histórica porque nunca antes o sentimento de impunidade e completo desprezo pelos portugueses esteve tão presente.
Histórica porque falamos mais sobre os políticos, sonhos molhados de maiorias absolutas e lutas internas, do que sobre os eleitores e os seus problemas.
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