Os partidos da oposição na Câmara Municipal de Loures exigem
que a autarquia, liderada pela CDU, esclareça todos os contornos dos contratos
adjudicados ao genro do líder do PCP, Jerónimo de Sousa.
Em causa está uma reportagem da TVI, transmitida na quinta-feira,
que refere que a Câmara Municipal de Loures, no distrito de Lisboa, celebrou
desde 2015 com o genro do secretário-geral do PCP um total de seis contratos
para o serviço de limpezas de vidros, trocas de cartazes ou substituição de
lâmpadas, num valor superior a 150 mil euros.
O último partido a reagir a esta reportagem foi a estrutura
local do PSD que, num comunicado emitido na tarde de sábado, repudiou esta
situação e defendeu a criação de um grupo de trabalho na Assembleia Municipal
para averiguar “se este caso pode ter associado algum ilícito criminal.
Antes dos sociais democratas, também o PS e o Bloco de
Esquerda tinham exigido esclarecimentos adicionais ao executivo liderado por
Bernardino Soares, solicitando cópias dos documentos.
Estes pedidos de esclarecimento adicional das estruturas
locais dos partidos da oposição surgem já depois da própria autarquia ter
esclarecido publicamente este caso.
O primeiro esclarecimento foi feito logo na quinta-feira
pelo presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares (CDU), durante
uma sessão da Assembleia Municipal.
Nessa sessão, quando questionado pela bancada do próprio
partido, Bernardino Soares negou qualquer favorecimento e ressalvou que este
contrato substitui outros dois anteriores, com outras duas empresas,
representando, inclusive, “uma poupança de cerca de 15%.
Os mesmos esclarecimentos viriam a ser dados no dia
seguinte, através de uma nota publicada na página da internet da autarquia.
Também na quinta-feira, em comunicado, o PCP classificou as
alegações como “abjeta peça de anticomunismo sustentada na mentira, na calúnia
e na difamação”.