Socialistas impedem auditoria às contas da Câmara de Santo Tirso
Maioria socialista recusa auditoria externa às contas da Câmara de Santo Tirso, argumentado que essa auditoria lança uma suspeição

Autor: Vítor Santos | 12 de Julho de 2019
A maioria socialista da Câmara de Santo Tirso recusou hoje a
proposta da coligação PSD/CDS, na oposição, de avançar com uma auditoria
externa às contas do município, considerando que “lança uma suspeição”.
Proposta pela coligação na sequência do envolvimento do
ex-presidente Joaquim Couto na operação “Teia”, em que é acusado de suposto
favorecimento a Manuela Couto, sua mulher, na contratação da empresa de
comunicação desta, também, na câmara de Barcelos, e de alegado tráfico de
influência com o Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto, a auditoria
acabou negada pela maioria socialista na reunião de hoje do executivo.
Na declaração de voto, a que a agência Lusa teve acesso, o
executivo afirmou-se “frontalmente contra a realização de uma auditoria externa
às contas do município no período compreendido entre 2013 e 2017”, alegando que a tomada
de posição dos vereadores da coligação “é despropositada, infundada e
reveladora de uma forma de fazer política com base no oportunismo, na demagogia
e mesmo na suspeição”.
“De facto, não há, até ao momento, qualquer razão que
justifique a realização de uma auditoria às contas do município, que, como é do
conhecimento público, são periodicamente, por força da lei, auditadas por
entidades externas, independentes e credíveis”, lê-se na resposta.
Considerando que “ao aproveitar o atual momento político
para pedir uma auditoria às contas do município”, a oposição “está não apenas a
lançar, de forma gratuita, a suspeita sobre o atual e anterior executivo
municipal”, lembrou ainda a “idoneidade técnica e profissional das entidades
que auditam as contas, nomeadamente o Revisor Oficial de Contas, o Tribunal de
Contas e a Inspeção-Geral das Finanças, que, ainda recentemente, levou a cabo
uma ação inspetiva na câmara”.
Da parte da coligação PSD/CDS, a vereadora sem pelouro
Andreia Neto, disse à Lusa que a auditoria se justificava “em nome de tudo
aquilo que tem vindo a público relacionado com o anterior e atual presidente da
câmara de Santo Tirso”.
“Todas as suspeitas que foram levantadas poderão, nelas,
estar também as contas de gestão do município (…) situação que nos foi negada,
com a alegação de que é uma atitude panfletária, despropositada, infundada e
até demagógica”, afirmou a também deputada, acrescentando “ter sido a Polícia
Judiciária que levantou essas suspeitas, que é quem acha que há desconfiança”.
Em face da recusa, Andreia Neto afirmou “lamentar a decisão
do executivo”, entendendo os social-democratas que o PS, ao agir assim, “mostra
que para ele tudo isto é normal”.
A declaração de voto do executivo foi acompanhada de números
da gestão que, segundo a maioria socialista, mostra que “o nível de
endividamento do município foi reduzido entre 2013 e 2018 cerca de 17%, ou
seja, 5,6 milhões de euros”.
Assumindo que o “passivo de curto prazo desceu 10%, ou seja,
1,2 milhões de euros” enquanto o de longo prazo “caiu 20%, ou seja, 4,3 milhões
de euros”, a câmara liderada por Alberto Costa exibiu ainda que “e, em 2013, a poupança corrente
era de 4,6 milhões de euros”, e que em 2018 “atingiu os 6,3 milhões de euros,
ou seja, uma subida de 37%”.
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A maioria socialista da Câmara de Santo Tirso recusou hoje a proposta da coligação PSD/CDS, na oposição, de avançar com uma auditoria externa às contas do município, considerando que “lança uma suspeição”.
Proposta pela coligação na sequência do envolvimento do ex-presidente Joaquim Couto na operação “Teia”, em que é acusado de suposto favorecimento a Manuela Couto, sua mulher, na contratação da empresa de comunicação desta, também, na câmara de Barcelos, e de alegado tráfico de influência com o Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto, a auditoria acabou negada pela maioria socialista na reunião de hoje do executivo.
Na declaração de voto, a que a agência Lusa teve acesso, o executivo afirmou-se “frontalmente contra a realização de uma auditoria externa às contas do município no período compreendido entre 2013 e 2017”, alegando que a tomada de posição dos vereadores da coligação “é despropositada, infundada e reveladora de uma forma de fazer política com base no oportunismo, na demagogia e mesmo na suspeição”.
“De facto, não há, até ao momento, qualquer razão que justifique a realização de uma auditoria às contas do município, que, como é do conhecimento público, são periodicamente, por força da lei, auditadas por entidades externas, independentes e credíveis”, lê-se na resposta.
Considerando que “ao aproveitar o atual momento político para pedir uma auditoria às contas do município”, a oposição “está não apenas a lançar, de forma gratuita, a suspeita sobre o atual e anterior executivo municipal”, lembrou ainda a “idoneidade técnica e profissional das entidades que auditam as contas, nomeadamente o Revisor Oficial de Contas, o Tribunal de Contas e a Inspeção-Geral das Finanças, que, ainda recentemente, levou a cabo uma ação inspetiva na câmara”.
Da parte da coligação PSD/CDS, a vereadora sem pelouro Andreia Neto, disse à Lusa que a auditoria se justificava “em nome de tudo aquilo que tem vindo a público relacionado com o anterior e atual presidente da câmara de Santo Tirso”.
“Todas as suspeitas que foram levantadas poderão, nelas, estar também as contas de gestão do município (…) situação que nos foi negada, com a alegação de que é uma atitude panfletária, despropositada, infundada e até demagógica”, afirmou a também deputada, acrescentando “ter sido a Polícia Judiciária que levantou essas suspeitas, que é quem acha que há desconfiança”.
Em face da recusa, Andreia Neto afirmou “lamentar a decisão do executivo”, entendendo os social-democratas que o PS, ao agir assim, “mostra que para ele tudo isto é normal”.
A declaração de voto do executivo foi acompanhada de números da gestão que, segundo a maioria socialista, mostra que “o nível de endividamento do município foi reduzido entre 2013 e 2018 cerca de 17%, ou seja, 5,6 milhões de euros”.
Assumindo que o “passivo de curto prazo desceu 10%, ou seja, 1,2 milhões de euros” enquanto o de longo prazo “caiu 20%, ou seja, 4,3 milhões de euros”, a câmara liderada por Alberto Costa exibiu ainda que “e, em 2013, a poupança corrente era de 4,6 milhões de euros”, e que em 2018 “atingiu os 6,3 milhões de euros, ou seja, uma subida de 37%”.

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