O antigo ministro da Defesa José Alberto Azeredo Lopes admitiu esta segunda-feira, em tribunal, ter tido conhecimento de que as armas dos paióis de Tancos foram encontradas depois de uma chamada fabricada, revela a “SIC”. Segundo a estação televisiva de Paço d’Arcos, o ex-ministro disse ao juiz Carlos Alexandre que não informou as autoridades competentes porque “não tinha o dever funcional” de o fazer.
“Qual é o artigo da lei que diz isso (que o ministro está obrigado a informar)? O meu cliente está muito cansado. Não houve pergunta nenhuma a que ele não respondesse. Se o senhor juiz e a senhora Procuradora-Geral ficaram satisfeitos não sei”, explicou o advogado de Azeredo Lopes aos jornalistas à saída do tribunal.
Questionado sobre a chamada anónima que revelou a localização do material furtado, Germano Marques da Silva referiu à imprensa presente no local que “quando isso se passou esses documentos já eram do conhecimento da PGR”. “A PGR devia fazer uma participação disciplinar contra os funcionários e entretanto abria um processo disciplinar”, afirmou o jurista.
José Alberto Azeredo Lopes teria sido previamente informado de que a recuperação das armas de Tancos havia sido uma encenação da Polícia Judiciária Militar.